CAPÍTULO 2 - O TRATAMENTO - SÃO GÊMEOS, E AGORA? (Obra Registrada: Todos os direitos reservados.)
A partir do momento em que aceitamos a condição que tínhamos nas
mãos – a minha dificuldade real em engravidar - ficou mais fácil buscar uma
solução. Foi o que fizemos.
Por indicação da minha obstetra, a Dra. Tereza Vieira,
procuramos um especialista em reprodução humana, para iniciar o tratamento.
Depois de várias avaliações, o Dr. Eduardo Motta, especialista
em reprodução humana, me orientou a fazer inicialmente uma Inseminação
Artificial (IA). Passei por vários dias de tratamentos com hormônios, injeções,
ultra-sonografias.
Nesse momento, iniciou-se uma nova fase na minha vida. Uma fase
onde eu tive que aprender a controlar a ansiedade, a exercitar a paciência, a
entender que tudo tem seu tempo e, a ter fé.
Para encarar o tratamento de fertilização, tive que me
fortalecer para enfrentar todas as etapas, sem garantia de sucesso, e aprender
a lidar com a dor.
Dor emocional e física. Pela menstruação que chegava,
confirmando o insucesso de mais uma tentativa. Pela dor quase insuportável –
causada pela endometriose - que por vezes, me dava vontade de não existir.
Não foi fácil, mas a vontade de ter filhos, sempre foi, em todos
os momentos, muito mais forte do que tudo.
Depois de dois anos e meio tentando uma gravidez natural, no
início de 2005, iniciei os tratamentos, fazendo duas Inseminações Artificiais,
sem sucesso, quando com tristeza, resolvemos dar um tempo para o meu corpo e
para a nossa cabeça, para que quando nos recompuséssemos, partíssemos para
outra tentativa.
No final de 2005, já recompostos e com coragem, decidimos
conversar com nosso médico, o Dr. Eduardo Motta, e retomar as tentativas.
Optamos por fazer uma Fertilização In Vitro (FIV), já que,
tentar mais uma IA não compensava, considerando-se as chances de sucesso e o
desgaste financeiro e psicológico. Os médicos avaliaram, que no meu caso, valia
a pena uma primeira tentativa de FIV. Foi o que fizemos.
O resultado do tratamento de uma FIV,
depende do sucesso de uma série de etapas.
O primeiro passo é uma pesquisa sobre a produção de óvulos,
espermatozóides, hormônios, além de levar em conta fatores como a idade, por
exemplo. Tendo na mão os resultados desta série de exames o tratamento começa
de fato com a aplicação de injeções de hormônios que tem o objetivo de induzir
a produção de óvulos.
Terminada essa fase de preparo para a produção de óvulos com
potencial de fertilização, são coletados materiais maternos e paternos e em
seguida, ocorre a fase da fertilização em laboratório. Após
alguns dias, os embriões são transferidos para o útero materno. No meu caso,
transferimos dois embriões, sabendo que havia uma chance de 30% de sucesso para
uma gestação única, e menor ainda para uma gestação múltipla.
Nesse momento, com os dois embriões no meu útero, a ansiedade e
a esperança tomaram conta de nós. Mas apesar de tudo isso, sempre procurávamos,
na medida do possível, nos mantermos cautelosos, com os pés no chão, pois não
queríamos ter uma decepção muito grande, caso não desse certo.
O desgaste físico e psicológico dessa fase é grande. No nosso
caso, tivemos a sorte de fazer o tratamento em uma excelente clínica de
reprodução humana, com um médico de renome internacional, e uma equipe de
profissionais que nos deu um tratamento humanizado. Isso fez toda a diferença
no decorrer do tratamento, e acredito, para o resultado positivo.
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